Escrito por Paulo Gentil
Estão pipocando por aí as academias de "baixo custo" cuja filosofia é não ter professor ou ter apenas a quantidade suficiente para evitar problemas com a lei. Mas, para o praticante, essa economia pode sair caro, em primeiro lugar por colocar a saúde em risco e em segundo por não se alcançar os resultados desejados.
Nosso grupo realizou um estudo na Universidade de Brasília em que mais de 100 homens treinaram sob supervisão alta ou baixa. Na supervisão alta, havia 1 professor para cada 3-5 alunos e na baixa, 1 professor cuidava de 20-25 alunos. Os dois grupos faziam EXATAMENTE o mesmo treino, os mesmos exercícios, velocidade, intervalo entre as séries, quantidade de repetições, na mesma hora do dia... Mas ao final do estudo, o grupo com supervisão alta obteve 50% a mais de ganho de força no supino que o com supervisão baixa. Para piorar, quem teve supervisão baixa nem ao menos ganhou força nos membros inferiores!!
E olha que todos faziam o mesmo treino, agora imaginem se avaliássemos os que pegam treinos em revistas, redes sociais ou copiam de blogueiras?! A ação do professor é importante (prefiro o termo "ação" do que "presença", pois pode-se ter um sem ter o outro), não só para prescrever o treino, mas também para garantir que ele seja bem feito!
Sim, existem professores ruins, assim como existem mecânicos, dentistas, marceneiros, urologistas... mas nem por isso as pessoas devem abrir os motores dos seus carros, arrancar seus dentes, assentar suas portas ou examinar suas próprias próstatas! A solução não é fugir do profissional, mas sim procurar um que seja bom! E isso não é apenas um alerta para as "low-cost", mas também para as academias e profissionais que têm professores em sala e mesmo assim não valorizam a qualidade técnica e o atendimento.
O texto completo está disponível no meu perfil do Research Gate (www.researchgate.net/profile/Paulo_Gentil
). Sinceramente, considero esse artigo essencial para qualquer um que pretenda argumentar tecnicamente sobre a importância do acompanhamento, tanto que ele é citado pelo ACSM e pelos próprios Fleck & Kraemer.
(Paulo Gentil)
Gentil P & Bottaro M. (2010). Influence of supervision ratio on muscle adaptations to resistance training in nontrained subjects. J Strength Cond Res 24, 639-643.
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Treinar com Professor x Treinar sem Professor
Será que no parkour também é assim?
É !
Parkour não é uma atividade que tenha total necessidade de um professor. Falo isso porque nunca tive nenhum professor além de amigos experientes, infinitas pesquisas e tentativa e erro. E conquistei um excelente nível de força, técnica e conhecimento no Parkour.
Hoje, com toda tecnologia, vídeos, blogs etc. É possível ter uma boa iniciação ao parkour sem supervisão. Eu diria que 100% melhor que quando eu comecei até.
Mas ainda sim temos casos visíveis em que a evolução progressiva acompanhada de um professor com experiência em parkour e com alguma formação técnica (Faculdade ou cursos como o ADAPT) Que capacitam o praticante a ter uma visão de treinador/professor, dando-lhe maior olhar crítico sobre os exercícios e técnicas, a evolução do aluno se torna mais solida, trazendo benefícios funcionais que vão além do parkour.
Além de excelente performance nos treinos o aluno tem o corpo mais hábil para atividades diárias e mais qualidade de vida. Fora o risco de lesões que diminui drasticamente, dando mais segurança e confiança para os praticantes.
Como vemos no estudo abaixo (Focado em musculação), economizar em acompanhamento profissional pode lhe custar até 50% dos resultados mesmo que você saiba o que está fazendo.
O Brasil hoje conta com excelentes praticantes e professores de parkour em diversos estados. Se deseja começar a praticar, procure aulas na sua cidade. Algumas cidades tem projetos de aulas gratuitas e outros cobram mensalidade como qualquer outra academia/esporte. Mas o diferencial está no professor. Custando nada ou pagando caro, com alguém te acompanhando é bem melhor!
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