... com suas orelhas tão fartas, o seu osso roido e o rabo entre as patas.
Quinta-feira fiz três aulas de Karatê seguidas e na sexta eu ministrei as três aulas no Centro Olímpico onde eu trabalho, aprendi três, quase quatro katas. Foi cansativo.
Desde o início do ano no meu estágio, fico em função de dar auxílio e suporte ao professor de Karatê, Mestre Martins.
Faço o aquecimento com os alunos e, em alguns dias, acompanho a aula ao lado deles dando dicas e corrigindo erros (Eu nunca fiz karatê, apenas repasso o que aprendi durante esse tempo ao lado do Mestre).
Não sei qual influência isso teve na minha decisão, mas no mês passado decidi dar continuidade a minha jornada nas artes marciais. O primeiro passo seria voltar a treinar taekwondo, o qual sou graduado 3ºGub (Faixa Azul com ponteira vermelha). Em seguida procurar locais que já ouvi falar que teriam aulas de Judô ou Jiu-Jitsu de graça, ou por um preço camarada, e me dar a oportunidade de conhecer um pouco mais de Karatê no meu trabalho e quem sabe visitando o Dojo do Mestre.
O COMEÇO
Sempre fui fã de artes marciais, desde criança me empolgava ver as séries e filmes clássicos de luta, Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball, Samurai Jack, Karatê Kid, Os 3 ninjas, os filmes do Jack Chan e Bruce Lee, Van Damme, Matrix, etc.
Por volta dos 8, 9 anos participei de um projeto social em que passávamos a tarde fazendo atividades e esportes, estre eles taekwondo e judô. Treinei por um período curto de tempo e não me graduei nessa época.
Bastante tempo depois, aos 16 anos, fui convidado por um colega da escola a praticar taekwondo, fui ao dojo e para minha surpresa eu ja havia treinado com esse professor no antigo projeto, só que lá ele ainda era faixa azul e agora estava diante de um Faixa Preta 4ºdan, Mestre Willian Marques. Durante os primeiros treinos ver ele e outros colegas que treinei a muito tempo atrás me traziam lembranças nostálgicas, que talvez tenham me motivado e me feito permanecer treinando por cerca de três anos.
A SAÍDA
Tive vários descontentamentos durante todo esse tempo e algumas coisas foram me fazendo perder o ânimo. Algumas simples como chegar tarde da escola, porém eu contornava isso levando o material do tkd na mochila, lanchando no ônibus e indo direto para o treino. Mas outros fatores pesaram mais, um deles foi a mudança de foco dos treino.
O estilo praticado era WTF o taekwondo como esporte de competição, mas tínhamos momentos em que a cultura e a tradição era trazida para os treinos, taekwondo como arte marcial, era ótimo. Mas houve um período em que só se falava em competições, rivalidade, conquistas de títulos, ganhar pontos e etc. Este pensamento competitivo, em busca de medalhas ou de status, pode parecer normal e motivador, mas para mim, mesmo antes do parkour, isso já parecia errado e irrelevante. Talvez por isso o parkour tenha me atraído, e isso mantinha um clima desagradável onde era raro ajudar o outro ou dar dicas de luta porque se você tivesse alguma técnica ou estratégia eficaz era mais conveniente guarda-la pra você, que estaria em vantagem. Mas isso não é de total culpa do treino, vejo como uma falha de caráter de alguns praticantes isolados.
Aos poucos a arte marcial foi se tornando esporte de competição e eu não sou contra, mas não era e nem é o que eu buscava e o que eu busco. Já competi, e até gosto, mas a competição pra mim é o meio, uma forma de aprender e testar o conhecimento, e não o objetivo final.
Outro fator era que eu via a falta de maturidade, disciplina e comprometimento com os colegas e com o treino. Pessoas que, do meu ponto de vista, avaliando os aspectos condicionamento físico, técnica e disciplina, não estariam aptos a estarem na mesma graduação que eu ou até acima. O treino não precisa ser militar, sério, tirando a liberdade, diversão e a interação, mas o ponto chave dos esportes - na teoria - e mais ainda das artes marciais deve ser a disciplina e respeito e isso deve ser preservado.
Essa falta de compromisso de alguns me fazia pensar que eu não estava me encaixando ali, também não condizia com o que eu buscava/busco.
- eu vejo isso no parkour e se você conhece algumas pessoas e treina a algum tempo, também percebe essa falta de compromisso, respeito e disciplina no meio. Talvez até seja você o praticante meia boca, que só fica na zona de conforto ou não faz nada em prol da pratica em geral. Ou é da nova geração rebelde, que ta se lixando pra tudo que já foi dito e construído antes de você chegar. Mas o parkour 'ainda' é aberto pra você se expressar da sua maneira e você não pode muda-lo ou repreende-lo por isso, mas pode escolher treinar com quem pensa diferente ou não, e cada um faz o seu estando juntos ou separados, sem levar como ofensa. [quem dera fosse assim] -
Por fim, acabei dando um tempo e pretendia voltar no meio do ano. Mas não voltei.
Recomeçar não é fácil e eu não estou com tempo sobrando, nem sei se vai dar certo, ou por quanto tempo vai durar esse estimulo, mas vou me lançar nesse desafio e ver até onde eu chego.
Quando escolhi voltar, eu decidi que não entraria do zero e reaprenderia tudo que preciso até minha graduação. Queria chegar com pelo menos 50% do que eu precisava.
Comecei tirando o dobok (roupa usada no tkd, semelhante ao kimono) do fundo do guarda roupa. Então baixei vídeos de apresentações dos poomsems (como o katá do Karatê), e fiquei treinando em casa da faixa branca até a azul com ponta vermelha. E também alguns steps, chutes e socos.
Além de passar o aquecimento para os alunos de Karaté do Centro Olímpico, passei a fazer algumas aulas como aluno pra me habituar as técnicas, steps, e bases (que são bem semelhantes) e veja só, até ganhei um kimono do Mestre =D. Redirecionei meu treino de parkour de modo que também favorecesse minha adaptação.
Parecia uma criança com o brinquedo novo, todo empolgado. Comecei a organizar meu tempo pra encaixar essa nova atividade na rotina e sabia que isso poderia virar um empecilho para outras atividades como estudar, treinar parkour e até descansar, então precisava me manter sempre alerta pra saber dosar a quantidade e intensidade certa de treinos.
Então continuarei postando sobre essa velha nova experiência mesclado com o parkour.
E deixo aqui um desafio pra você:
Sabe aquela atividade que você abandonou ou nunca começou a praticar mas sempre teve vontade?
Comece! Ou Recomece!
Faça algo diferente esse 2º Semestre do ano.
Treinar slackline, calistenia, tricks talvez. Artes marciais, natação, crossfit, balé, escalada, etc. O que você tem vontade de aprender ou voltar a praticar, se lance esse ano, não deixe pro ano que vem. Comece pequeno, mas comece agora.
Comente ai em baixo o que você abandonou ou quer começar a fazer. E se ja deu o primeiro passo pra tornar seu sonho possível, deixe ai uma dica pra quem ainda não saiu do lugar.